terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Teatro de Mesa


Valor R$35,00
Contatos:

Teatro de Mesa


Valor R$ 35,00
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mildedoches@hotmail.com

O Gato de Botas



Valor R$17,50
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Adaptado do conto de Charles Perrault
Um moleiro, que tinha três filhos, repartindo à hora da morteseus únicos bens, deu ao primogênito o moinho; ao segundo, o seuburro; e ao mais moço apenas um gato. Este último ficou muitodescontente com a parte que lhe coube da herança, mas o gato lhedisse:— Meu querido amo, compra-me um par de botas e um saco e,em breve, te provarei que sou de mais utilidade que um moinho ouum asno.Assim, pois, o rapaz converteu todo o dinheiro que possuía num lindo par de botas e num saco para o seu gatinho. Este calçou asbotas e, pondo o saco às costas, encaminhou-se para um sítio onde havia uma coelheira. Quando ali chegou, abriu o saco, meteu-lheuma porção de farelo miúdo e deitou-se no chão fingindo-se morto.Excitado pelo cheiro do farelo, o coelho saiu de seu esconderijoe dirigiu-se para o saco. O gato apanhou-o logo e levou-o ao rei,dizendo-lhe:— Senhor, o nobre marquês de Carabás mandou que lheentregasse este coelho. Guisado com cebolinhas será um pratodelicioso.— Coelho?! — exclamou o rei. — Que bom! Gostomuito de coelho, mas o meu cozinheiro não consegue nunca apanharnenhum. Dize ao teu amo que eu lhe mando os meus mais sincerosagradecimentos.No dia seguinte, o gatinho apanhou duas perdizes e levou-as aorei como presente do marquês de Carabás. O rei ficou tão contenteque mandou logo preparar a sua carruagem e, acompanhado pelaprincesa, sua filha, dirigiu-se para a casa do nobre súdito quelhe tinha enviado tão preciosas lembranças.O gato foi logo ter com o amo:— Vem já comigo, que te vou indicar um lugar, no rio, ondepoderás tomar um bom banho.O gato conduziu-o a um ponto por onde devia passar a carruagemreal, disse-lhe que se despisse, que escondesse a roupa debaixo deuma pedra e se lançasse à água. Acabava o moço de desaparecer norio quando chegaram o rei e a princesa.— Socorro! Socorro! — gritou o bichano.— Que aconteceu? — perguntou o rei.— Os ladrões roubaram a roupa do nobre marquês de Carabás!— disse o gato. — Meu amo está dentro da água esentirá câimbras.O rei mandou imediatamente uns servos ao palácio; voltaram daí apouco com um magnífico vestuário feito para o próprio rei, quandojovem.O dono do gato vestiu-o e ficou tão bonito que a princesa, assimque o viu, dele se enamorou. O rei também ficou encantado emurmurou:— Eu era exatamente assim, nos meus tempos de moço.O gato estava radiante com o êxito do seu plano; e, correndo àfrente da carruagem, chegou a uns campos e disse aos lavradores:— O rei está chegando; se não lhes disserem que todos estescampos pertencem ao marquês de Carabás, faço-os triturar comocarne para almôndegas.De forma que, quando o rei perguntou de quem eram aquelas searas,os lavradores responderam-lhe:— Do muito nobre marquês de Carabás.— Com a breca! — disse o rei ao filho mais novo domoleiro. — Que lindas propriedades tens tu!O moço sorriu perturbado, e o rei murmurou ao ouvido da filha:— Eu também era assim, nos meus tempos de moço.Mais adiante, o gato encontrou uns camponeses ceifando trigo elhes fez a mesma ameaça:— Se não disserem que todo este trigo pertence ao marquêsde Carabás, faço picadinho de vocês.Assim, quando chegou a carruagem real e o rei perguntou de quemera todo aquele trigo, responderam:— Do mui nobre marquês de Carabás.O rei ficou muito entusiasmado e disse ao moço:— Ó marquês! Tens muitas propriedades!O gato continuava a correr à frente da carruagem; atravessando umespesso bosque, chegou à porta de um magnífico palácio, no qualvivia um ogro que era o verdadeiro dono dos campos semeados. Ogatinho bateu à porta e disse ao ogro que a abriu:— Meu querido ogro, tenho ouvido por aí umas histórias ateu respeito. Dize-me lá: é certo que te podes transformar no quequiseres?— Certíssimo — respondeu o ogro, e transformou-se numleão.— Isso não vale nada — disse o gatinho. - Qualquer umpode inchar e aparecer maior do que realmente é. Toda a arte estáem se tornar menor. Poderias, por exemplo, transformar-te em rato?— É fácil — respondeu o ogro, e transformou-se numrato.O gatinho deitou-lhe logo as unhas, comeu-o e desceu logo a abrira porta, pois naquele momento chegava a carruagem real. E disse:— Bem vindo seja, senhor, ao palácio do marquês de Carabás.— Olá! — disse o rei — que formoso palácio tenstu! Peço-te a fineza de ajudar a princesa a descer da carruagem.O rapaz, timidamente, ofereceu o braço à princesa e o reimurmurou-lhe ao ouvido:— Eu também era assim tímido, nos meus tempos de moço.Entretanto, o gatinho meteu-se na cozinha e mandou preparar umesplêndido almoço, pondo na mesa os melhores vinhos que havia naadega; e quando o rei, a princesa e o amo entraram na sala dejantar e se sentaram à mesa, tudo estava pronto.Depois do magnífico almoço, o rei voltou-se para o rapaz edisse-lhe:— Jovem, és tão tímido como eu era nos meus tempos de moço.Mas percebo que gostas muito da princesa, assim como ela gosta deti. Por que não a pedes em casamento?Então, o moço pediu a mão da princesa, e o casamento foicelebrado com a maior pompa. O gato assistiu, calçando um novo parde botas com cordões encarnados e bordados a ouro e preciososdiamantes.E daí em diante, passaram a viver muito felizes. E se o gato àsvezes ainda se metia a correr atrás dos ratos, era apenas pordivertimento; porque absolutamente não mais precisava de ratospara matar a fome...

Faniquito e siricutico no mosquito Frederico


Valor R$ 21,00
Contatos:
mildedoches@hotmail.com

Era uma vez um mosquito metido chamado Frederico. Só porque Frederico sabia voar muito bem, ele vivia fazendo piruetas no ar durante todo o dia. Frederico pensava que estava abafando, que era sensação do jardim.
Certo dia Frederico resolveu voar um pouco mais longe, encontrou uma casa e sentiu vontade de conhecê-la por dentro, mas deu de cara com a janela fechada, ficou muito bravo e disse:
__ Ei janela, saia da frente que eu quero entrar!
Uma borboleta que voava por perto ouviu a má criação do mosquito e disse:
__ Quem sabe se você pedir, por favor, a janela ouve melhor.
O mosquito metido nem ligou e a borboleta foi embora.
Frederico continuou:
__ Ei janela, saia da frente que eu quero entrar!
Dessa vez um besouro ouviu a má criação do mosquito e disse:
__ Quem sabe se você pedir com licença, a janela ouve melhor.
__Deixe de ser bobo besouro, eu faço o que quiser! Eu grito, eu irrito, eu dou faniquito!
O besouro foi embora. Frederico falou novamente:
__ Ei janela, saia da frente que eu quero entrar!
Dessa vez dona abelha que voava por perto ouviu a má criação do mosquito e disse:
__ Quem sabe se você pedir desculpa, a janela pode se tornar sua amiga e abrir pra você.
__ Deixe de ser abelhuda, dona abelha, eu faço o que quiser. Eu grito, ei irrito, eu dou siricutico!
A abelha foi embora. Frederico insistia:
__ Ei janela, saia da frente que eu quero entrar!
Agora quem ouviu a má criação foi a dona joaninha que disse:
__ Ei, seu mosquito lambido, vire o disco, você não sabe que as portas e janelas do mundo só se abrem quando nós falamos as palavras mágicas como, por exemplo: foi sem querer, por favor, desculpa.
O mosquito nem deu bola e a joaninha foi embora.
Mas Frederico ficou com aquela idéia na cabeça e resolveu testar as palavras mágicas. Primeiro olhou para um lado, para o outro e quando viu que não tinha ninguém, chegou bem perto da janela e disse:
__ Ei, dona janela, a senhora pode abrir só um pouquinho, por favor?
Com isso a janela se abriu e num piscar de olhos Frederico estava dentro da casa. Ele disse:
__ Muito obrigado, dona janela, a senhora foi muito legal!
E Frederico descobriu que com as palavras mágicas podia entrar e sair de onde quisesse. Ele deixou a partir daquele dia de ser metido. Ele ensinou a borboleta, o besouro, a dona abelha, a joaninha a darem piruetas no ar e se divertiram muito.
E assim terminou uma história bela, de um mosquito que entrou por uma janela e se tornou amigo dela.

Menina Bonita do Laço de Fita


Valor R$ 17,50
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(Ana Maria Machado)
Era uma vez uma menina linda, linda.
Os olhos pareciam duas azeitonas pretas brilhantes, os cabelos enroladinhos e bem negros.
A pele era escura e lustrosa, que nem o pelo da pantera negra na chuva.
Ainda por cima, a mãe gostava de fazer trancinhas no cabelo dela e enfeitar com laços de fita coloridas.
Ela ficava parecendo uma princesa das terras da áfrica, ou uma fada do Reino do Luar.
E, havia um coelho bem branquinho, com olhos vermelhos e focinho nervoso sempre tremelicando. O coelho achava a menina a pessoa mais linda que ele tinha visto na vida.
E pensava:
- Ah, quando eu casar quero ter uma filha pretinha e linda que nem ela...
Por isso, um dia ele foi até a casa da menina e perguntou:
- Menina bonita do laço de fita, qual é o teu segredo para ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:­
- Ah deve ser porque eu caí na tinta preta quando era pequenina...
O coelho saiu dali, procurou uma lata de tinta preta e tomou banho nela.
Ficou bem negro, todo contente. Mas aí veio uma chuva e lavou todo aquele pretume, ele ficou branco outra vez.
Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez:
- Menina bonita do laço de fita, qual é o seu segredo para ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:
- Ah, deve ser porque eu tomei muito café quando era pequenina.
O coelho saiu dali e tomou tanto café que perdeu o sono e passou a noite toda fazendo xixi.
Mas não ficou nada preto.
- Menina bonita do laço de fita, qual o teu segredo para ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:­
- Ah, deve ser porque eu comi muita jabuticaba quando era pequenina.
O coelho saiu dali e se empanturrou de jabuticaba até ficar pesadão, sem conseguir sair do lugar. O máximo que conseguiu foi fazer muito cocozinho preto e redondo feito jabuticaba. Mas não ficou nada preto.
Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez:
- Menina bonita do laço de fita, qual é teu segredo pra ser tão pretinha?
A menina não sabia e... Já ia inventando outra coisa, uma história de feijoada, quando a mãe dela que era uma mulata linda e risonha, resolveu se meter e disse:
- Artes de uma avó preta que ela tinha...
Aí o coelho, que era bobinho, mas nem tanto, viu que a mãe da menina devia estar mesmo dizendo a verdade, porque a gente se parece sempre é com os pais, os tios, os avós e até
com os parentes tortos.E se ele queria ter uma filha pretinha e linda que nem a menina,
tinha era que procurar uma coelha preta para casar.
Não precisou procurar muito. Logo encontrou uma coelhinha escura como a noite, que achava aquele coelho branco uma graça.
Foram namorando, casando e tiveram uma ninhada de filhotes, que coelho quando desanda
a ter filhote não para mais! Tinha coelhos de todas as cores: branco, branco malhado de preto, preto malhado de branco e até uma coelha bem pretinha.
Já se sabe, afilhada da tal menina bonita que morava na casa ao lado.
E quando a coelhinha saía de laço colorido no pescoço sempre encontrava alguém que perguntava:
- Coelha bonita do laço de fita, qual é o teu segredo para ser tão pretinha?
E ela respondia:- Conselhos da mãe da minha madrinha...

Saci


Saci

Valor R$ 3,50

mildedoches@hotmail.com

Folclore

Valor R$ 14,00
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Fazendinha


Valor R$ 17,50

fazendinha


Valor R$ 14,00
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Abraão


Abraão
Valor R$ 12,00
mildedoches@hotmail.com

Discípulos

Valor R$ 17,50
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Cinderela


Valor R$ 24,50
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mildedoches@hotmail.com

(Irmãos Grimm)
Há muito tempo, aconteceu que a esposa de um rico comerciante adoeceu gravemente e, sentindo seu fim se aproximar, chamou sua única filha e disse: __Querida filha, continue piedosa e boa menina que Deus a protegerá sempre. Lá do céu olharei por você, e estarei sempre a seu lado.Mal acabou de dizer isso, fechou os olhos e morreu.A jovem ia todos os dias visitar o túmulo da mãe, sempre chorando muito. Veio o inverno, e a neve cobriu o túmulo com seu alvo manto.Chegou a primavera, e o sol derreteu a neve. Foi então que o viúvo resolveu se casar outra vez.A nova esposa trouxe suas duas filhas, ambas bonitas, mas só exteriormente. As duas tinham a alma feia e cruel.A partir desse momento, dias difíceis começaram para a pobre enteada.__ Essa imbecil não vai ficar no quarto conosco! _Reclamaram as moças.__ O lugar dela é na cozinha! Se quiser comer pão, que trabalhe!Tiraram-lhe o vestido bonito que ela usava, obrigaram-na a vestir outro, velho e desbotado, e a calçar tamancos.__Vejam só como está toda enfeitada, a orgulhosa princesinha de antes! -disseram a rir, levando-a para a cozinha.A partir de então, ela foi obrigada a trabalhar, da manhã à noite, nos serviços mais pesados.Era obrigada a se levantar de madrugada, para ir buscar água e acender o fogo. Só ela cozinhava e lavava para todos.Como se tudo isso não bastasse, as irmãs caçoavam dela e a humilhavam.Espalhavam lentilhas e feijões nas cinzas do fogão e obrigavam-na a catar um a um.À noite, exausta de tanto trabalhar, a jovem não tinha onde dormir e era obrigada a se deitar nas cinzas do fogão. E, como andasse sempre suja e cheia de cinza, só a chamavam de Cinderela.Uma vez, o pai resolveu ir a uma feira. Antes de sair, perguntou às enteadas o que desejavam que ele trouxesse.__Vestidos bonitos- disse uma.__ Pérolas e pedras preciosas - disse a outra.__E você, Cinderela, o que vai querer? - perguntou o pai. __No caminho de volta, pai, quebre o primeiro ramo que bater no seu chapéu e traga-o para mim. Ele partiu para a feira, comprou vestidos bonitos para uma das enteadas, pérolas e pedras preciosas para a outra e, de volta para casa, quando cavalgava por um bosque, um ramo de aveleira bateu no seu chapéu. Ele quebrou o ramo e levou-o. Chegando em casa, deu às enteadas o que haviam pedido e à Cinderela, o ramo de aveleira. Ela agradeceu, levou o ramo para o túmulo da mãe, plantou-o ali, e chorou tanto que suas lágrimas regaram o ramo. Ele cresceu e se tornou uma aveleira linda.Três vezes, todos os dias, a menina ia chorar e rezar embaixo dela. Sempre que a via chegar, um passarinho branco voava para a árvore e, se a ouvia pedir baixinho alguma coisa, jogava-lhe o que ela havia pedido.Um dia, o rei mandou anunciar uma festa, que duraria três dias.Todas as jovens bonitas do reino seriam convidadas, pois o filho dele queria escolher entre elas aquela que seria sua futura esposa. Quando souberam que também deveriam comparecer, as duas filhas da madrasta ficaram contentíssimas. __Cinderela! - Gritaram.__ Venha pentear nosso cabelo, escovar nossos sapatos e nos ajudar a vestir, pois vamos a uma festa no castelo do rei! Cinderela obedeceu chorando, porque ela também queria ir ao baile. Perguntou à madrasta se poderia ir, e esta respondeu: __Você, Cinderela! Suja e cheia de pó, está querendo ir à festa? Como vai dançar, se não tem roupa nem sapatos? Mas Cinderela insistiu tanto, que afinal ela disse: __ Está bem. Eu despejei nas cinzas do fogão um tacho cheio de lentilhas. Se você conseguir catá-las todas em duas horas, poderá ir. A jovem saiu pela porta dos fundos, correu para o quintal e chamou: __ Mansas pombinhas e rolinhas! Passarinhos do céu inteiro! Venham me ajudar a catar lentilhas! As boas vão para o tacho! As ruins para o seu papo! Logo entraram pela janela da cozinha duas pombas brancas; a seguir, vieram as rolinhas e, por último, todos os passarinhos do céu chegaram numa revoada e pousaram nas cinzas. As pombas abaixavam a cabecinha e pic, pic, pic, apanhavam os grãos bons e deixavam cair no tacho. As outras avezinhas faziam o mesmo. Não levou nem uma hora, o tacho ficou cheio e as aves todas voaram para fora. Cheia de alegria, a menina pegou o tacho e levou para a madrasta, certa de que agora poderia ir à festa. Porém a madrasta disse: __ Não, Cinderela. Você não tem roupa e não sabe dançar. Só serviria de caçoada para os outros. Como a menina começou a chorar, ela propôs: __Se você conseguir catar dois tachos de lentilhas nas cinzas em uma hora, poderá ir conosco. Enquanto isso, pensou consigo mesma: “Isso ela não vai conseguir…”Assim que a madrasta acabou de espalhar os grãos nas cinzas, Cinderela correu para o quintal e chamou: __ Mansas pombinhas e rolinhas! Passarinhos do céu inteiro! Venham me ajudar a catar lentilhas! As boas vão para o tacho! As ruins para o seu papo! E entraram pela janela da cozinha duas pombas brancas; a seguir vieram as rolinhas e, por último, todos os passarinhos do céu chegaram numa revoada e pousaram nas cinzas. As pombas abaixavam a cabecinha e pic, pic, pic, apanhavam os grãos bons e deixavam cair no tacho. Os outros pássaros faziam o mesmo. Não passou nem meia hora, e os dois tachos ficaram cheios. As aves se foram voando pela janela. Então, a menina levou os dois tachos para a madrasta, certa de que, desta vez, poderia ir à festa. Porém, a madrasta disse: __ Não adianta, Cinderela! Você não vai ao baile! Não tem vestido, não sabe dançar e só nos faria passar vergonha!
E, dando-lhe as costas, partiu com suas orgulhosas filhas. Quando ficou sozinha, Cinderela foi ao túmulo da mãe e embaixo da aveleira, disse: __ Balance e se agite, árvore adorada, cubra-me todade ouro e prata!
Então o pássaro branco jogou para ela um vestido de ouro e prata e sapatos de seda bordada de prata. Cinderela se vestiu, a toda pressa, e foi para a festa. Estava tão linda, no seu vestido dourado, que nem as irmãs, nem a madrasta a reconheceram. Pensaram que fosse uma princesa estrangeira, para elas, Cinderela só poderia estar em casa, catando lentilhas nas cinzas. Logo que a viu, o príncipe veio a seu encontro e, pegando-lhe a mão, levou-a para dançar. Só dançou com ela, sem largar de sua mão por um instante. Quando alguém a convidava para dançar, ele dizia: __ Ela é minha dama. Dançaram até altas horas da noite e, até que Cinderela quis voltar para casa. __ Eu a acompanho - disse o príncipe. Na verdade, ele queria saber a que família ela pertencia. Mas Cinderela conseguiu escapar dele, correu para casa e se escondeu no pombal. O príncipe esperou o pai dela chegar e contou-lhe que a jovem desconhecida tinha saltado para dentro do pombal. “Deve ser Cinderela…”, pensou o pai. E mandou vir um machado para arrombar a porta do pombal. Mas não havia ninguém lá dentro. Quando chegaram em casa, encontraram Cinderela com suas roupas sujas, dormindo nas cinzas, à luz mortiça de uma lamparina. A verdade é que, assim que entrou no pombal, a menina saiu pelo lado de trás e correu para a aveleira. Ali, rapidamente tirou seu belo vestido e deixou-o sobre o túmulo. Veio o passarinho, apanhou o vestido e levou-o. Ela vestiu novamente seu vestidinho velho e sujo, correu para casa e se deitou nas cinzas da cozinha.No dia seguinte, o segundo dia da festa, quando os pais e as irmãs partiram para o castelo, Cinderela foi até a aveleira e disse: __ Balance e se agite, árvore adorada, cubra-me todade ouro e prata! E o pássaro atirou para ela um vestido ainda mais bonito que o da véspera. Quando ela entrou no salão assim vestida, todos ficaram pasmados com sua beleza. O príncipe, que a esperava, tomou-lhe a mão e só dançou com ela. Quando alguém convidava a jovem para dançar, ele dizia: __ Ela é minha dama. Já era noite avançada quando Cinderela quis ir embora. O príncipe seguiu-a, para ver em que casa entraria. A jovem seguiu seu caminho e, inesperadamente, entrou no quintal atrás da casa. Ágil como um esquilo, subiu pela galharia de uma frondosa pereira carregada de frutos que havia ali. O príncipe não conseguiu descobri-la e, quando viu o pai dela chegar, disse: __ A moça desconhecida escondeu-se nessa pereira. “Deve ser Cinderela”, pensou o pai. Mandou buscar um machado e derrubou a pereira. Mas não encontraram ninguém na galharia. Como na véspera, Cinderela já estava na cozinha dormindo nas cinzas, pois havia escorregado pelo outro lado da pereira, correra para a aveleira, e devolvera o lindo vestido ao pássaro. Depois, vestiu o feio vestidinho de sempre, e correu para casa. No terceiro dia, assim que os pais e as irmãs saíram para a festa, Cinderela foi até o túmulo da mãe e pediu à aveleira: __ Balance e se agite, árvore adorada, cubra-me todade ouro e prata! E o pássaro atirou-lhe o vestido mais suntuoso e brilhante jamais visto, acompanhado de um par de sapatinhos de puro ouro.
Ela estava tão linda, tão linda, que, quando chegou ao castelo, todos emudeceram de assombro. O príncipe só dançou com ela e, como das outras vezes, dizia a todos que vinham tirá-la para dançar: __ Ela é minha dama. Já era noite alta, quando Cinderela quis voltar para casa. O príncipe tentou segui-la, mas ela escapuliu tão depressa, que ele não pode alcançá-la. Dessa vez, porém, o príncipe usara um estratagema: untou com piche um degrau da escada e, quando a moça passou, o sapato do pé esquerdo ficou grudado. Ela deixou-o ali e continuou correndo.O príncipe pegou o sapatinho: era pequenino, gracioso e todo de ouro. No outro dia, de manhã, ele procurou o pai e disse: __ Só me casarei com a dona do pé que couber neste sapato. As irmãs de Cinderela ficaram felizes e esperançosas quando souberam disso, pois tinham pés delicados e bonitos. Quando o príncipe chegou à casa delas, a mais velha foi para o quarto acompanhada da mãe e experimentou o sapato. Mas, por mais que se esforçasse, não conseguia meter dentro dele o dedo grande do pé. Então, a mãe deu-lhe uma faca, dizendo: __ Corte fora o dedo. Quando você for rainha, vai andar muito pouco a pé. Assim fez a moça. O pé entrou no sapato e, disfarçando a dor, ela foi ao encontro do príncipe. Ele recebeu-a como sua noiva e levou-a na garupa do seu cavalo. Quando passavam pelo túmulo da mãe de Cinderela, que ficava bem no caminho, duas pombas pousaram na aveleira e cantaram: __ Olhe para trás! Olhe para trás! Há sangue no sapato, que é pequeno demais! Não é a noiva certaque vai sentada atrás! O príncipe virou-se, olhou o pé da moça e logo viu o sangue escorrendo do sapato. Fez o cavalo voltar e levou-a para a casa dela. Chegando lá, ordenou à outra filha da madrasta que calçasse o sapato. Ela foi para o quarto e calçou-o. Os dedos do pé entraram facilmente, mas o calcanhar era grande demais e ficou de fora. Então, a mãe deu-lhe uma faca dizendo: __ Corte fora um pedaço do calcanhar. Quando você for rainha, vai andar muito pouco a pé. Assim fez a moça. O pé entrou no sapato e, disfarçando a dor, ela foi ao encontro do príncipe. Ele aceitou-a como sua noiva e levou-a na garupa do seu cavalo. Quando passavam pela aveleira, duas pombinhas pousaram num dos ramos e cantaram: __ Olhe para trás! Olhe para trás! Há sangue no sapato, que é pequeno demais! Não é a noiva certaque vai sentada atrás! O príncipe olhou o pé da moça, viu o sangue escorrendo e a meia branca, vermelha de sangue. Então virou seu cavalo, levou a falsa noiva de volta para casa e disse ao pai: __ Esta também não é a verdadeira noiva. Vocês não têm outra filha? __ Não!- respondeu o pai__ A não ser a pequena Cinderela, filha de minha falecida esposa. Mas é impossível que seja ela a noiva que procura. O príncipe ordenou que fossem buscá-la. __ Oh, não! Ela está sempre muito suja! Seria uma afronta trazê-la a vossa presença! - protestou a madrasta. Porém o príncipe insistiu, exigindo que ela fosse chamada. Depois de lavar o rosto e as mãos ela veio, curvou-se diante do príncipe e pegou o sapato de ouro que ele lhe estendeu. Sentou-se num banquinho, tirou do pé o pesado tamanco e calçou o sapato, que lhe serviu como uma luva. Quando ela se levantou, o príncipe viu seu rosto e reconheceu logo a linda jovem com quem havia dançado. __ É esta a noiva verdadeira! — exclamou, feliz. A madrasta e as filhas levaram um susto e ficaram brancas de raiva. O príncipe ergueu Cinderela, colocou-a na garupa do seu cavalo e partiram. Quando passaram pela aveleira, as duas pombinhas brancas cantaram: __ Olhe pare trás! Olhe pare trás! Não há sangue no sapato, que serviu bem demais! Essa é a noiva certa. Pode ir em paz! E, quando acabaram de cantar, elas voaram e foram pousar, uma no ombro direito de Cinderela, outra no esquerdo; ali ficaram. Quando o casamento de Cinderela com o príncipe se realizou, as falsas irmãs foram à festa. A mais velha ficou à direita do altar, e a mais nova, à esquerda. Subitamente, sem que ninguém pudesse impedir, a pomba pousada no ombro direito da noiva voou para cima da irmã mais velha e furou-lhe os olhos. A pomba do ombro esquerdo fez o mesmo com a mais nova, e ambas ficaram cegas para o resto de suas vidas.

Branca de Neve


Valor R$ 42,00
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Adaptado do conto dos Irmãos Grimm
Há muito tempo, num reino distante, vivia
um rei, uma rainha e sua filhinha, a princesa Branca de Neve. Sua pele era branca como a neve, os lábios vermelhos como o sangue e os cabelos pretos como o ébano.Um dia, a rainha ficou muito doente e morreu. O rei, sentindo-se muito sozinho, casou-se novamente. O que ninguém sabia é que a nova rainha era uma feiticeiracruel, invejosa e muito vaidosa. Ela possuía um espelho mágico,para o qual perguntava todos os dias:— Espelho, espelho meu! Há no mundo alguém mais belado que eu?— És a mais bela de todas as mulheres, minha rainha!— respondia ele. Branca de Neve crescia e ficava cada vez mais bonita,encantadora e meiga. Todos gostavam muito dela, exceto a rainha, pois tinha medo que Branca de Neve se tornasse mais bonita do que ela. Depois que o rei morreu, a rainha obrigava a princesa a vestir-se com trapos e a trabalhar na limpeza e na arrumação detodo o castelo. Branca de Neve passava os dias lavando, passando eesfregando, mas não reclamava. Era meiga, educada e amada portodos. Um dia, como de costume, a rainha perguntou ao espelho:— Espelho, espelho meu! Há no mundo alguém mais belado que eu?— Sim, minha rainha! Branca de Neve é agora a maisbela!A rainha ficou furiosa, pois queria ser a mais bela para sempre. Imediatamente mandou chamar seu melhor caçador e ordenou que ele matasse a princesa e trouxesse seu coração numa caixa. No dia seguinte, ele convidou a menina para um passeio nafloresta, mas não a matou.— Princesa, — disse ele — a rainha ordenou que eu a mate, mas não posso fazer isso. Eu a vi crescer e sempre fui leal a seu pai.— A rainha? Mas, por quê ? — perguntou aprincesa.— Infelizmente não sei, mas não vou obedecer a rainha dessa vez. Fuja, princesa, e por favor não volte ao castelo,porque ela é capaz de matá-la!Branca de Neve correu pela floresta muito assustada,chorando, sem ter para onde ir. O caçador matou uma gazela, colocou seu coração numa caixa elevou para a rainha, que ficou bastante satisfeita, pensando que aenteada estava morta. Anoiteceu. Branca de Neve vagou pela floresta até encontrar uma cabana. Era pequena e muito graciosa. Parecia habitada por crianças, pois tudo ali era pequeno.A casa estava muito desarrumada e suja, mas Branca de Nevelavou a louça, as roupas e varreu a casa. No andar de cima da casinha encontrou sete caminhas, uma ao lado da outra. A moça estava tão cansada que juntou as caminhas, deitou-se e dormiu.Os donos da cabana eram sete anõezinhos que, ao voltarem para casa, se assustaram ao ver tudo arrumado e limpo. Os sete homenzinhos subiram a escada e ficaram muito espantados ao encontrar uma linda jovem dormindo em suas camas. Branca de Neve acordou e contou sua história para os anões,que logo se afeiçoaram a ela e a convidaram para morar com eles. O tempo passou... Um dia, a rainha resolveu consultar novamente seu espelho e descobriu que a princesa continuava viva. Ficou furiosa. Fez uma poção venenosa, que colocou dentro de uma maçã, e transformou-se numa velhinha maltrapilha.— Uma mordida nesta maçã fará Branca de Neve dormir para sempre — disse a bruxa. No dia seguinte, os anões saíram para trabalhar e Branca de Neve ficou sozinha. Pouco depois, a velha maltrapilha chegou perto da janela dacozinha. A princesa ofereceu-lhe um copo d’água econversou com ela.— Muito obrigada! — falou a velhinha — coma uma maçã... eu faço questão! No mesmo instante em que mordeu a maçã, a princesa caiu desmaiada no chão. Os anões, alertados pelos animais da floresta,chegaram na cabana enquanto a rainha fugia. Na fuga, ela acabou caindo num abismo e morreu.Os anõezinhos encontraram Branca de Neve caída, como se estivesse dormindo. Então colocaram-na num lindo caixão de cristal, em uma clareira e ficaram vigiando noite e dia,esperando que um dia ela acordasse.Um certo dia, chegou até a clareira um príncipe do reino vizinho e logo que viu Branca de Neve se apaixonou por ela. Ele pediu aos anões que o deixassem levar o corpo da princesa para seu castelo, e prometeu que velaria por ela.Os anões concordaram e, quando foram erguer o caixão, este caiu, fazendo com que o pedaço de maçã que estava alojado na garganta de Branca de Neve saísse por sua boca, desfazendo o feitiço e acordando a princesa. Quando a moça viu o príncipe, se apaixonou por ele. Branca de Neve despediu-se dos sete anões e partiu junto com o príncipe para um castelo distante onde secasaram e foram felizes para sempre.

Arca de Noé


Valor R$ 40,00
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Alimentação

Valor R$ 12,00
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segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

A Bela Adormecida


Valor R$ 31,50
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Era uma vez, há muito tempo, um rei e uma rainha jovens, poderosos e ricos, mas pouco felizes, porque não tinham concretizado maior sonho deles: terem filhos.— Se pudéssemos ter um filho! — suspirava o rei.— E se Deus quisesse, que nascesse uma menina! —animava-se a rainha.— E por que não gêmeos? — acrescentava o rei.Mas os filhos não chegavam, e o casal real ficava cada vez mais triste. Não se alegravam nem com os bailes da corte, nem com as caçadas, nem com os gracejos dos bufões, e em todo o castelo reinava uma grande melancolia.Mas, numa tarde de verão, a rainha foi banhar-se no riacho que passava no fundo do parque real. E, de repente, pulou para fora da água uma rãzinha.— Majestade, não fique triste, o seu desejo se realizará logo: Antes que passe um ano a senhora dará à luz uma menina.E a profecia da rã se concretizou, e meses depois a rainha deu a luz a uma linda menina.O rei, que estava tão feliz, deu uma grande festa de batizado para a pequena princesa que se chamava Aurora.Convidou uma multidão de súditos: parentes, amigos, nobres do reino e, como convidadas de honra, as treze fadas que viviam nos confins do reino. Mas, quando os mensageiros iam saindo com os convites, o camareiro-mor correu até o rei, preocupadíssimo.— Majestade, as fadas são treze, e nós só temos doze pratos de ouro. O que faremos? A fada que tiver de comer no prato de prata, como os outros convidados, poderá se ofender. E uma fada ofendida… O rei refletiu longamente e decidiu:— Não convidaremos a décima terceira fada — disse, resoluto. — Talvez nem saiba que nasceu a nossa filha e que daremos uma festa. Assim, não teremos complicações.Partiram somente doze mensageiros, com convites para doze fadas, conforme o rei resolvera.No dia da festa, cada uma das fadas chegou perto do berço em que dormia a princesa Aurora e ofereceu à recém-nascida um presente maravilhoso.— Será a mais bela moça do reino — disse a primeira fada, debruçando-se sobre o berço.— E a de caráter mais justo — acrescentou a segunda.— Terá riquezas a perder de vista — proclamou a terceira.— Ninguém terá o coração mais caridoso que o seu — afirmou a quarta.— A sua inteligência brilhará como um sol — comentou a quinta.Onze fadas já tinham passado em frente ao berço e dado a pequena princesa um dom; faltava somente uma (entretida em tirar uma mancha do vestido, no qual um garçom desajeitado tinha virado uma taça de sorvete) quando chegou a décima terceira, aquela que não tinha sido convidada por falta de pratos de ouro. Estava com a expressão muito sombria e ameaçadora, terrivelmente ofendida por ter sido excluída. Lançou um olhar maldoso para a princesa Aurora, que dormia tranqüila, e disse: — Aos quinze anos a princesa vai se ferir com o fuso de uma roca e morrerá.E foi embora, deixando um silêncio desanimador e os pais desesperados.Então aproximou-se a décima segunda fada, que devia ainda oferecer seu presente.— Não posso cancelar a maldição que agora atingiu a princesa. Tenho poderes só para modificá-la um pouco. Por isso, Aurora não morrerá; dormirá por cem anos, até a chegada de um príncipe que a acordará com um beijo.Passados os primeiros momentos de espanto e temor, o rei, decidiu tomar providências, mandou queimar todas as rocas do reino. E, daquele dia em diante, ninguém mais fiava, nem linho, nem algodão, nem lã. Ninguém além da torre do castelo. Aurora crescia, e os presentes das fadas, apesar da maldição, estavam dando resultados. Era bonita, boa, gentil e caridosa, os súditos a adoravam. No dia em que completou quinze anos, o rei e a rainha estavam ausentes, ocupados numa partida de caça. Talvez, quem sabe, em todo esse tempo tivessem até esquecido a profecia da fada malvada. A princesa Aurora, porém, estava se aborrecendo por estar sozinha e começou a andar pelas salas do castelo. Chegando perto de um portãozinho de ferro que dava acesso à parte de cima de uma velha torre, abriu-o, subiu a longa escada e chegou, enfim, ao quartinho. Ao lado da janela estava uma velhinha de cabelos brancos, fiando com o fuso uma meada de linho. A garota olhou, maravilhada. Nunca tinha visto um fuso. — Bom dia, vovozinha. — Bom dia a você, linda garota. — O que está fazendo? Que instrumento é esse? Sem levantar os olhos do seu trabalho, a velhinha respondeu com ar bonachão: — Não está vendo? Estou fiando! A princesa, fascinada, olhava o fuso que girava rapidamente entre os dedos da velhinha. — Parece mesmo divertido esse estranho pedaço de madeira que gira assim rápido. Posso experimentá-lo também? Sem esperar resposta, pegou o fuso. E, naquele instante, cumpriu-se o feitiço. Aurora furou o dedo e sentiu um grande sono. Deu tempo apenas para deitar-se na cama que havia no aposento, e seus olhos se fecharam. Na mesma hora, aquele sono estranho se difundiu por todo o palácio. Adormeceram no trono o rei e a rainha, recém-chegados da partida de caça. Adormeceram os cavalos na estrebaria, as galinhas no galinheiro, os cães no pátio e os pássaros no telhado.Adormeceu o cozinheiro que assava a carne e o servente que lavava as louças; adormeceram os cavaleiros com as espadas na mão e as damas que enrolavam seus cabelos. Também o fogo que ardia nos braseiros e nas lareiras parou de queimar, parou também o vento que assobiava na floresta. Nada e ninguém se mexia no palácio, mergulhado em profundo silêncio. Em volta do castelo surgiu rapidamente uma extensa mata. Tão extensa que, após alguns anos, o castelo ficou oculto. Nem os muros apareciam, nem a ponte levadiça, nem as torres, nem a bandeira hasteada que pendia na torre mais alta. Nas aldeias vizinhas, passava de pai para filho a história da princesa Aurora, a bela adormecida que descansava, protegida pelo bosque cerrado. A princesa Aurora, a mais bela, a mais doce das princesas, injustamente castigada por um destino cruel.
Alguns cavalheiros, mais audaciosos, tentaram sem êxito chegar ao castelo. A grande barreira de mato e espinheiros, cerrada e impenetrável, parecia animada por vontade própria: os galhos avançavam para cima dos coitados que tentavam passar: seguravam-nos, arranhavam-nos até fazê-los sangrar, e fechavam as mínimas frestas. Aqueles que tinham sorte conseguiam escapar, voltando em condições lastimáveis, machucados e sangrando. Outros, mais teimosos, sacrificavam a própria vida. Um dia, chegou nas redondezas um jovem príncipe, bonito e corajoso. Soube pelo bisavô a história da bela adormecida que, desde muitos anos, tantos jovens a procuravam em vão alcançar. — Quero tentar também — disse o príncipe aos habitantes de uma aldeia pouco distante do castelo. Aconselharam-no a não ir. — Ninguém nunca conseguiu! — Outros jovens, fortes e corajosos como você, falharam…— Alguns morreram entre os espinheiros…— Desista! Muitos foram, os que tentarem desanimá-lo. No dia em que o príncipe decidiu satisfazer a sua vontade se completavam justamente os cem anos da festa do batizado e das predições das fadas. Chegara, finalmente, o dia em que a bela adormecida poderia despertar.Quando o príncipe se encaminhou para o castelo viu que, no lugar das árvores e galhos cheios de espinhos, se estendiam aos milhares, bem espessas, enormes carreiras de flores perfumadas. E mais, aquela mata de flores cheirosas se abriu diante dele, como para encorajá-lo a prosseguir; e voltou a se fechar logo, após sua passagem. O príncipe chegou em frente ao castelo. A ponte elevadiça estava abaixada e dois guardas dormiam ao lado do portão, apoiados nas armas. No pátio havia um grande número de cães, alguns deitados no chão, outros encostados nos cantos; os cavalos que ocupavam as estrebarias dormiam em pé. Nas grandes salas do castelo reinava um silêncio tão profundo que o príncipe ouvia sua própria respiração, um pouco ofegante, ressoando naquela quietude. A cada passo do príncipe se levantavam nuvens de poeira. Salões, escadarias, corredores, cozinha… Por toda parte, o mesmo espetáculo: gente que dormia nas mais estranhas posições. O príncipe perambulou por longo tempo no castelo. Enfim, achou o portãozinho de ferro que levava à torre, subiu a escada e chegou ao quartinho em que dormia A princesa Aurora. A princesa estava tão bela, com os cabelos soltos, espalhados nos travesseiros, o rosto rosado e risonho. O príncipe ficou deslumbrado. Logo que se recobrou se inclinou e deu-lhe um beijo. Imediatamente, Aurora despertou, olhou par ao príncipe e sorriu. Todo o reino também despertara naquele instante. Acordou também o cozinheiro que assava a carne; o servente, bocejando, continuou lavando as louças, enquanto as damas da corte voltavam a enrolar seus cabelos. O fogo das lareiras e dos braseiros subiu alto pelas chaminés, e o vento fazia murmurar as folhas das árvores. A vida voltara ao normal. Logo, o rei e a rainha correram à procura da filha e, ao encontrá-la, chorando, agradeceram ao príncipe por tê-la despertado do longo sono de cem anos. O príncipe, então, pediu a mão da linda princesa em casamento que, por sua vez, já estava apaixonada pelo seu valente salvador. Eles, então, se casaram e viveram felizes para sempre!
Valor R$ 18,00
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Valor R$ 12,00
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João e o Pé de feijão

Valor R$ 24,50
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Era uma vez um menino chamado João, que vivia com sua mãe, uma pobre viúva, numa cabana bem longe da cidade.
Um dia, a mãe de João disse: - Joãozinho, acabou a comida e o dinheiro. Vá até a cidade e venda a nossa vaquinha, o único bem que nos resta.
João foi para a cidade e, no caminho, encontrou um homem que o convenceu a trocar a vaquinha por sementes de feijão. O homem disse:
- Com estas sementes de feijão jamais passarão fome. - João acreditou e trouxe as sementes para casa. Quando a mãe de João viu as sementes, ficou furiosa. Jogou tudo pela janela.
Na manhã seguinte, João levantou com muita fome e foi até o quintal. ficou espantado quando viu uma enorme árvore que ia até o céu. Nem chamou sua mãe. Decidiu subir pelo pé de feijão até chegar à copa.
João ficou maravilhado ao encontrar um castelo nas nuvens e quis vê-lo de perto. De repente, uma mulher enorme surgiu de dentro do castelo e o agarrou: - O que faz aqui, menino? Será o meu escravo. Mas o gigante não pode saber, por isso, vou escondê-lo. Se ele ver você, com certeza vai comê-lo.
O gigante chegou fazendo muito barulho. A mulher havia escondido joão num armário. O gigante rugiu:
- Sinto cheiro de criança! E farejou em todos os cantos à procura de uma criança que estivesse escondida ali. A mulher adiantou-se e respondeu para o gigante: - Este cheiro é da comida que irei serví-lo. Sente-se à mesa, meu senhor.
O gigante comeu o saboroso alimento. Depois, ordenou à uma galinha prisioneira que pusesse um ovo de ouro, e a uma harpa que tocasse uma bela melodia. Então, o gigante adormeceu em poucos minutos.
Vendo que a mulher havia se esquecido dele, João saiu do armário e, rapidamente, libertou a galinha e também a harpa. Mas a galinha cacarejou e a harpa fez um som estridente. Por isso, o gigante despertou.
Com a galinha debaixo do braço e a harpa na outra mão, João correu e o gigante foi atrás dele. João chegou primeiro ao tronco do pé de feijão e deslizou pelos ramos. Quando estava quase chegando ao chão, gritou para sua mãe, que o esperava: - Mamãe, vá buscar um machado, tem um gigante atrás de mim !
Com o machado, João cortou o tronco, que caiu com um estrondo. Foi o fim do gigante. E todas as manhãs, a galinha põe ovos de ouro e a harpa toca para João e sua mãe, que viveram felizes para sempre e nunca mais sentiram fome.

João e Maria

Valor R$ 14,00
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Da tradição oral

Às margens de uma floresta existia, há muitotempo, uma cabana pobre feita de troncos de árvores, onde moravamum lenhador, sua segunda esposa e seus dois filhinhos, nascidos doprimeiro casamento. O garoto chamava-se João e a menina, Maria.Na casa do lenhador, a vida sempre fora difícil, mas, naquelaépoca, as coisas pioraram: não havia pão para todos.— Mulher, o que será de nós? Acabaremos morrendo de fome. Eas crianças serão as primeiras.— Há uma solução... – disse a madrasta, que eramuito malvada – amanhã daremos a João e Maria um pedaço depão, depois os levaremos à mata e lá os abandonaremos.O lenhador não queria nem ouvir um plano tão cruel, mas a mulher,esperta e insistente, conseguiu convencê-lo.No aposento ao lado, as duas crianças tinham escutado tudo, eMaria desatou a chorar.— E agora, João? Sozinhos na mata, vamos nos perder emorrer.— Não chore — tranqüilizou o irmão. — Tenhouma idéia.Esperou que os pais estivessem dormindo, saiu da cabana, catou umpunhado de pedrinhas brancas que brilhavam ao clarão da Lua e asescondeu no bolso. Depois voltou para a cama. No dia seguinte, aoamanhecer, a madrasta acordou as crianças.— Vamos cortar lenha na mata. Este pão é para vocês.Partiram os quatro. O lenhador e a mulher na frente, as criançasatrás. A cada dez passos, João deixava cair no chão uma pedrinhabranca, sem que ninguém percebesse. Quando chegaram bem no meio damata, a madrasta disse:-— João e Maria, descansem enquanto nós vamos rachar lenhapara a lareira. Mais tarde passaremos para pegar vocês.Os dois irmãos, após longa espera, comeram o pão e, cansados efracos, adormeceram. Acordaram à noite, e nem sinal dos pais.— Estamos perdidos! Nunca mais encontraremos o caminho decasa! — soluçou Maria.— Quando a Lua aparecer no céu acharemos o caminho de casa— consolou-a o irmão.Quando a Lua apareceu, as pedrinhas que João tinha deixado cairpelo atalho começaram a brilhar, e, seguindo-as, os irmãosconseguiram voltar à cabana.Ao vê-los, os pais ficaram espantados. O lenhador, em seu íntimo,estava contente, mas a mulher não. Assim que foram deitar, disseque precisavam tentar novamente, com o mesmo plano. João, que tudoescutara, quis sair à procura de outras pedrinhas, mas não pôde,pois a madrasta trancara a porta. Maria estava desesperada.— Como poderemos nos salvar desta vez?— Daremos um jeito, você vai ver.Na madrugada do dia seguinte, a madrasta acordou as crianças eforam novamente para a mata. Enquanto caminhavam, Joãozinhoesfarelou todo o seu pão e o da irmã, fazendo uma trilha. Destavez afastaram-se ainda mais de casa e, chegando a uma clareira, ospais deixaram as crianças com a desculpa de cortar lenha,abandonando-as.João e Maria adormeceram, famintos e cansados. Quando acordaram,estava muito escuro, e Maria desatou a chorar.Mas desta vez não conseguiram encontrar o caminho: os pássaroshaviam comido todas as migalhas. Andaram a noite toda e o diaseguinte inteirinho, sem conseguir sair daquela floresta, eestavam com muita fome. De repente, viram uma casinha muitomimosa. Aproximaram-se, curiosos, e viram, encantados, que otelhado era feito de chocolate, as paredes de bolo e as janelas dejujuba.— Viva!— gritou João. E correu para morder uma parte do telhado, enquanto Mariazinhaenchia a boca de bolo, rindo. Ouviu-se então uma vozinha aguda,gritando no interior da casinha:— Quem está o teto mordiscando e as paredes roendo?As crianças, pensando que a voz era de uma menina de sua idade,responderam:— É o Saci-pererê que está zombando de você!Subitamente, abriu-se a porta da casinha e saiu uma velha muitofeia, mancando, apoiada em uma muleta. João e Maria se assustaram,mas a velha sorriu, mostrando a boca desdentada.— Não tenham medo, crianças. Vejo que têm fome, a pontode quase destruir a casa. Entrem, vou preparar uma jantinha.O jantar foi delicioso, e a velha senhora ajeitou gostosascaminhas macias para João e Maria, que adormeceram felizes. Nãosabiam, os coitadinhos, que a velha era uma bruxa que comiacrianças e, para atraí-las, tinha construído uma casinha de doces.Agora ela esfregava as mãos, satisfeita.— Estão em meu poder, não podem me escapar. Porém estão umpouco magros. É preciso fazer alguma coisa.Na manhã seguinte, enquanto ainda estavam dormindo, a bruxaagarrou João e o prendeu em um porão escuro, depois, com umasacudida, acordou Maria.— De pé, preguiçosa! Vá tirar água do poço, acenda o fogoe apronte uma boa refeição para seu irmão. Ele está fechado noporão e tem de engordar bastante. Quando chegar no ponto voucomê-lo.Mariazinha chorou e se desesperou, mas foi obrigada a obedecer.Cada dia cozinhava para o irmão os melhores quitutes. E também, acada manhã, a bruxa ia ao porão e, por ter vista fraca e nãoenxergar bem, mandava:— João, dê-me seu dedo, quero sentir se já engordou!Mas o esperto João, em vez de um dedo, estendia-lhe um ossinho defrango. A bruxa zangava-se, pois apesar do que comia, o molequeestava cada vez mais magro! Um dia perdeu a paciência.— Maria, amanhã acenda o fogo logo cedo e coloque águapara ferver. Magro ou gordo, pretendo comer seu irmão. Venhoesperando isso há muito tempo!A menina chorou, suplicou, implorou, em vão. A bruxa seaborrecera de tanto esperar.Na manhã seguinte, Maria tratou de colocar no fogo o caldeirãocheio de água, enquanto a bruxa estava ocupada em acender o fornopara assar o pão. Na verdade ela queria assar a pobre Mariazinha,e do João faria cozido.Quando o forno estava bem quente, a bruxa disse à menina:— Entre ali e veja se a temperatura está boa para assarpão.Mas Maria, que desconfiava sempre da bruxa, não caiu naarmadilha.— Como se entra no forno? — perguntou ingenuamente.— Você é mesmo uma boba! Olhe para mim! — e enfioua cabeça dentro do forno. Maria empurrou a bruxa para dentro do forno e fechou a portinholacom a corrente. A malvada queimou até o último osso.A menina correu para o porão e libertou o irmão. Abraçaram-se,chorando lágrimas de alegria; depois, nada mais tendo a temer,exploraram a casa da bruxa. E quantas coisas acharam! Cofres emais cofres cheios de pedras preciosas, de pérolas...Encheram os bolsos de pérolas. Maria fez uma trouxinha com seuaventalzinho, e a encheu com diamantes, rubis e esmeraldas.Deixaram a casa da feiticeira e avançaram pela mata.Andaram muito. Depois de algum tempo, chegaram a uma clareira, eperceberam que conheciam aquele lugar. Certa vez tinham apanhadolenha ali, de outra vez tinham ido colher mel naquelas árvores...Finalmente, avistaram a cabana de seu pai. Começaram a corrernaquela direção, escancararam a porta e caíram nos braços dolenhador que, assustado, não sabia se ria ou chorava.Quantos remorsos o tinham atormentado desde que abandonara osfilhos na mata! Quantos sonhos horríveis tinham perturbado suasnoites! Cada porção de pão que comia ficava atravessada nagarganta. Única sorte, a madrasta ruim, que o obrigara a livrar-sedos filhos, já tinha morrido.João esvaziou os bolsos, retirando as pérolas que havia guardado;Maria desamarrou o aventalzinho e deixou cair ao chão a chuva depedras preciosas. Agora, já não precisariam temer nem miséria nemcarestia. E assim, desde aquele dia o lenhador e seus filhosviveram na fartura, sem mais nenhuma preocupação.

Os Três Porquinhos


Os Três Porquinhos
Valor R$ 14,00
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Numa bonita casa de campo viviam 3 porquinhos:
Prático, Heitor e Cícero. Quando não iam à escola, ficavam a brincar felizes e despreocupados no campo.
Ao escurecer, voltavam cansados e satisfeitos.
Em casa esperava-os a sua avozinha, que lhes preparava grandes bolos com natas e morangos.
Um dia, Cícero, o mais pequeno, propôs: «Agora que já somos grandes! podemos construi ruma casa só para nós e viver sozinhos! Cada um construirá a sua , a seu gosto.
Cícero não se queria cansar muito, pelo que considerou que bastariam uns tantos ramos e um pouco de palha entrançada para construir uma cabaninha fresca e confortável.
O Heitor, pelo contrário, pensou que uma cabana de madeira seria
suficientemente confortável e resistente, e que não teria de trabalhar
demasiado para a construir.
Prático queria uma casinha como a da avozinha. Por isso, carregou o carrinho de mão várias vezes com tijolos e cimento e pôs-se a trabalhar com muito afinco.
- Assim estarei resguardado do lobo, que de vez em quando sai do bosque.
De facto, veio o lobo e bateu na casinha de palha: Toc! Toc!
- Quem é? – perguntou a vozinha do Cícero. – Um amigo... abre!
- respondeu o lobo lambendo-se. – Não! És o lobo mau e não te vou abrir a porta!
- É assim é? – Rosnou o lobo rangendo os dentes.
- Vê então como abro a tua porta! – E de um sopro varreu a cabaninha fazendo rolar para bem longe o porquinho.
Enquanto Cícero escapava, o lobo foi bater à porta do Heitor:
Abre, não te farei mal!
Heitor também não quis abrir, mas um par de sopros foram suficientes para destruir a sua casinha.
Muito esfomeado, o lobo bateu à porta da casa do Prático.
- Vai-te embora, lobão! – Respondeu-lhe o porquinho.
Desta vez, o lobo soprou e soprou muitas vezes, mas a casinha, construída com cimento e tijolos era demasiado sólida até para ele.
Por fim o lobo mau ficou sem forças. Aborrecido, levantou o punho, ameaçando: - Por agora, deixo-te... mas depressa voltarei!
E vou-te comer de uma só vez.
Quando se fez noite o lobo voltou. Prático ouvi-o a trepar pelo algeroz para subir até ao telhado da casa.
Enquanto se metia pela chaminé, o lobo lambia-se já pensando no jantar à base de porquinho assado. Mas Prático, que tinha uma panela de sopa ao lume, atiçou a chama com toda a lenha que tinha.
O lobo já estava a meio caminho quando começou a cheirar a queimado: era a sua cauda que começa a chamuscar! Saiu pela chaminé e desapareceu uivando.

No dia seguinte, enquanto o pobre lobo, com a cauda entre as patas, continuava a fugir para o mais longe possível, a povoação celebrava a valentia do porquinho sábio e o retorno à tranqüilidade.

Chapeuzinho Vermelho

Chapeuzinho Vermelho

valor R$ 14,00

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(Irmãos Grimm)

Era uma vez, uma menina tão doce e meiga que todos gostavam dela. A avó, então, a adorava, e não sabia mais que presente dar a criança para agradá-la. Um dia ela presenteou-a com um chapeuzinho de veludo vermelho. O chapeuzinho agradou tanto a menina e ficou tão bem nela, que ela queria ficar com ele o tempo todo. Por causa disso, ficou conhecida como Chapeuzinho Vermelho. Um dia sua Mãe lhe chamou e lhe disse: - Chapeuzinho, leve este pedaço de bolo e essa garrafa de vinho para sua avó. Ela está doente e fraca, e isto vai faze-la ficar melhor. Comporte-se no caminho, e de modo algum saia da estrada, ou você pode cair e quebrar a garrafa de vinho e ele é muito importante para a recuperação de sua avó. Chapeuzinho prometeu que obedeceria a sua mãe e pegando a cesta com o bolo e o vinho, despediu-se e partiu. Sua avó morava no meio da floresta, distante uma hora e meia da vila. Logo que Chapeuzinho entrou na floresta, um Lobo apareceu na sua frente. Como ela não o conhecia nem sabia que ele era um ser perverso, não sentiu medo algum. - Bom dia Chapeuzinho - saudou o Lobo. - Bom dia, Lobo - ela respondeu. - Aonde você vai assim tão cedinho, Chapeuzinho? - Vou à casa da minha avó. - E o que você está levando aí nessa cestinha? - Minha avó está muito doente e fraca, e eu estou levando para ela um pedaço de bolo que a mamãe fez ontem, e uma garrafa de vinho. Isto vai deixá-la forte e saudável. - Chapeuzinho, diga-me uma coisa, onde sua avó mora? - A uns quinze minutos daqui. A casa dela fica debaixo de três grandes carvalhos e é cercada por uma sebe de aveleiras. Você deve conhecer a casa. O Lobo pensou consigo: "Esta tenra menina é um delicioso petisco. Se eu agir rápido posso saborear sua avó e ela como sobremesa”. Então o Lobo disse: - Escute Chapeuzinho, você já viu que lindas flores há nessa floresta? Por quê você não dá uma olhada? Você não está ouvindo os pássaros cantando? Você é muito séria, só caminha olhando para frente. Veja quanta beleza há na floresta. Chapeuzinho então olhou a sua volta, e viu a luz do sol brilhando entre as árvores, e viu como o chão estava coberto com lindas e coloridas flores, e pensou: "Se eu pegar um buquê de flores para minha avó, ela vai ficar muito contente. E como ainda é cedo, eu não vou me atrasar”. E, saindo do caminho entrou na mata. E sempre que apanhava uma flor, via outra mais bonita adiante, e ia atrás dela. Assim foi entrando na mata cada vez mais. Enquanto isso, o Lobo correu à casa da avó de Chapeuzinho e bateu na porta. - Quem está aí? - perguntou a velhinha. - Sou eu, Chapeuzinho - falou o Lobo disfarçando a voz - Vim trazer um pedaço de bolo e uma garrafa de vinho. Abra a porta para mim. - Levante a tranca, ela está aberta. Não posso me levantar, pois estou muito fraca. - respondeu a vovó. O Lobo entrou na casa e foi direto à cama da vovó, e a engoliu antes que ela pudesse vê-lo. Então ele vestiu suas roupas, colocou sua touca na cabeça, fechou as cortinas da cama, deitou-se e ficou esperando Chapeuzinho Vermelho. E Chapeuzinho continuava colhendo flores na mata. E só quando não podia mais carregar nenhuma é que retornou ao caminho da casa de sua avó. Quando ela chegou lá, para sua surpresa, encontrou a porta aberta. Ela caminhou até a sala, e tudo parecia tão estranho que pensou: "Oh, céus, por quê será que estou com tanto medo? Normalmente eu me sinto tão bem na casa da vovó...”. Então ela foi até a cama da avó e abriu as cortinas. A vovó estava lá deitada com sua touca cobrindo parte do seu rosto, e, parecia muito estranha... - Oh, vovó, que orelhas grandes a senhora tem! - disse então Chapeuzinho. - É para te ouvir melhor. - Oh, vovó, que olhos grandes a senhora tem! - É para te ver melhor. - Oh, vovó, que mãos enormes a senhora tem! - São para te abraçar melhor. - Oh, vovó, que boca grande e horrível à senhora tem! - É para te comer melhor - e dizendo isto o Lobo saltou sobre a indefesa menina, e a engoliu de um só bote. Depois que encheu a barriga, ele voltou à cama, deitou, dormiu, e começou a roncar muito alto. Um caçador que ia passando ali perto escutou e achou estranho que uma velhinha roncasse tão alto, então ele decidiu ir dar uma olhada. Ele entrou na casa, e viu deitado na cama o Lobo que ele procurava há muito tempo. E o caçador pensou: "Ele deve ter comido a velhinha, mas talvez ela ainda possa ser salva. Não posso atirar nele”. Então ele pegou uma tesoura e abriu a barriga do Lobo. Quando começou a cortar, viu surgir um chapeuzinho vermelho. Ele cortou mais, e a menina pulou para fora exclamando: - Eu estava com muito medo! Dentro da barriga do lobo é muito escuro! E assim, a vovó foi salva também. Então Chapeuzinho pegou algumas pedras grandes e pesadas e colocou dentro da barriga do lobo. Quando o lobo acordou tentou fugir, mas as pedras estavam tão pesadas que ele caiu no chão e morreu. E assim, todos ficaram muito felizes. O caçador pegou a pele do lobo. A vovó comeu o bolo e bebeu o vinho que Chapeuzinho havia trazido, e Chapeuzinho disse para si mesma: “Enquanto eu viver, nunca mais vou desobedecer minha mãe e desviar do caminho nem andar na floresta sozinha e por minha conta”.

A Criação


A Criação

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